Kiro: saiba de onde vem o nosso gengibre
Durante o dia, também batemos um papo com os moradores do território e compartilhamos todos um belo almoço feito pelo casal Juarez e Fátima em sua Chácara Maravilha de Deus. Bora conferir o que conversamos?
Agricultura familiar na produção do nosso gengibre
Há cerca de seis anos, a família do Seu Joaquim, responsável por cultivar parte do gengibre utilizado para produção de Kiro, fez a transição da agricultura convencional para o plantio sem veneno, passando então a integrar a Cooperapas.
Pai e filha começaram cultivando plantas ornamentais e passaram à produção de alimentos por volta de dez anos atrás, quando os netos disparavam uma série de perguntas para o avô sobre a origem dos produtos trazidos do mercado.
“Os meninos achavam que chegava em casa o saquinho, e não sabiam de onde vinha. ‘Vô, como é isso?’ ‘Vem cá, vamos mostrar como é.’ Até hoje, eles ajudam na roça”, conta a agricultora. Não é de se espantar.
De onde vem o alimento que consumimos?
Desde as décadas passadas, o processo intenso de urbanização e o avanço da industrialização e da produção agropecuária em larga escala para exportação contribuíram infinitamente para o rompimento dos elos de conexão entre ser humano e natureza/sistema alimentar.
Hoje, apesar de 70% da comida que chega à mesa dos brasileiros serem provenientes da agricultura familiar, esses produtores rurais enfrentam inúmeras dificuldades no exercício da sua atividade, que vão desde acesso a crédito e logística de transporte até mesmo a legislações limitadoras que esbarram nas formas artesanais de produção de alimentos.
Somado a isso, territórios como Parelheiros vêm sofrendo investidas constantes da especulação imobiliária, com a ameaça da chegada de construtoras e construções monumentais, que implicariam em externalidades bastante negativas e comprometedoras para o caráter de produtor de água e de alimentos do local. Mas o que nós, consumidores, podemos fazer para cooperar?
Apoiar o agricultor é mantê-lo no campo
Criada em 2011, a Cooperapas, primeira cooperativa de produtos orgânicos da capital paulista, surgiu do desejo de alguns agricultores familiares de deixar de produzir com agrotóxicos, adubos químicos e fertilizantes sintéticos, e de voltar a fortalecer a relação do ser humano com o alimento. Hoje, o grupo conta com cerca de 40 cooperados.
Segundo Eduardo Farias, atual presidente da Cooperapas, a gestão da cooperativa é feita por uma diretoria voluntária, responsável por organizar o recebimento e a entrega dos produtos aos compradores.
Na venda via cooperativa, os agricultores pagam uma pequena taxa para manutenção do escritório e de funcionários específicos. A Cooperapas não trabalha com varejo, apenas atacado, fornecendo alimentos para institutos como o Chão, Feira Livre e Baru, bem como para o Sesc e restaurantes, como o Arturito, da chef Paola Carosella.
Para Eduardo, a ideia de trazer visibilidade para a cooperativa é importante, mas desde que venha articulada com parcerias efetivas. “Às vezes as pessoas têm uma ideia romântica do agricultor. O maior apoio para um agricultor hoje é mantê-lo no campo. É comprar mercadoria, oferecer créditos, fazer compra antecipada, apoiar na produção.”
E não só de comida que o distrito abastece a capital, mas também de água. Isso porque é no território que se localizam as bacias hidrográficas do Capivari, Guarapiranga e Billings, responsáveis pelo abastecimento de 25% da região metropolitana do município.
Além de tudo, a produção de águas e de alimentos de base agroecológica, orgânicos e biodinâmicos pelos agricultores familiares contribui para a preservação da biodiversidade local e para a manutenção da cultura e dos modos de vida dos povos do território.
É… o trabalho conjunto dos produtores de Parelheiros não deixa fugir a máxima: se o campo não planta, a cidade não janta. E você, o que vem jantando por aí?
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