Você conhece as hortas urbanas?
No texto de hoje, você confere o papo que batemos sobre o tema com André Biazoti, integrante do Movimento Urbano de Agroecologia (MUDA_SP) e assessor técnico da Campanha São Paulo Composta e Cultiva, do Instituto Pólis; Juliana Bruno, militante do MTST e integrante do grupo de horta do movimento e Angélica de Oliveira Soares, gestora ambiental e Coordenadora de Projetos do Prato Verde Sustentável.
A presença das hortas urbanas no Brasil
O Brasil tem uma riqueza alimentar enorme e saber usufruir dela colabora para que o país seja mais sustentável e autosuficiente. “Nos últimos 20 anos, a agricultura urbana tem despontado de forma forte no Brasil, principalmente em relação às políticas públicas, como uma ferramenta para garantia de segurança alimentar e nutricional. “Tanto do ponto de vista alimentar como de infraestrutura verde dentro das cidades, como é o caso das hortas urbanas.” conta André.
Além de tudo, esses são espaços de promoção da comunidade e de uma série de outras funções sociais ligadas à agricultura. “A sociedade civil é uma força política importante na promoção da agricultura urbana, puxando o poder público a se engajar mais com esse tema, tanto ocupando terrenos para fazer hortas, como promovendo projetos estruturados por meio de ONGs, por exemplo”, lembra André.
Diminuindo a fome da população
A implantação de hortas urbanas aparece na resolução de outros problemas dos territórios urbanos, como a fome. Na Zona Norte de São Paulo, no Jaçanã, o Prato Verde Sustentável existe desde 2013, e tem como principais pilares a educação alimentar e ambiental, a produção de alimentos e a prestação de serviços de consultoria.
Anualmente são produzidas quatro toneladas de alimentos na horta urbana, sendo que 70% são doados para pessoas em situação de vulnerabilidade e o restante é comercializado por valores acessíveis para subsidiar o projeto. Na pandemia, a venda de kits agroecológicos foi suspensa e 100% dos produtos passaram a ser doados à população.
“A gente quer criar um programa de mini franquias, que são construções de hortas, em lajes ou áreas ociosas, para fomentar a geração de emprego e renda para comunidade e também para levar um alimento nutritivo pro maior número de pessoas. Além de voltar a realizar vivências ecológicas com crianças, adolescentes e idosos”, como conta Angélica de Oliveira Soares.
Integrando a comunidade nas hortas urbanas
Já na Cidade Tiradentes, na Ocupação Esperança Vermelha/MTST, a horta comunitária veio para atender a demanda dos moradores. “O pessoal vai pegar xepa da feira, tem que andar 1,5 km pra ir e 1,5 km pra voltar carregando as coisas.”, comenta Juliana Bruno, militante do MTST e integrante do grupo de horta do movimento.
Iniciada em 2019, a Horta Chico Mendes foi construída pelo grupo de horta do movimento e pelos moradores da ocupação — sobretudo mulheres.
“Não é entregar uma horta pra comunidade, é que ela trabalhe nela. É fazer com que as pessoas entendam que o trabalho é retorno. Você está criando vida, está fazendo a vida acontecer”, lembra Juliana.
Além de trazer autonomia alimentar aos moradores da ocupação, a horta também colabora para a promoção do alimento saudável, pois é tudo sem veneno — mandioca, batata-doce, Panc, hortaliças etc.
A iniciativa na Zona Leste chamou a atenção de outras ocupações, como o Condomínio Dandara, que já comercializa o excedente da produção. E é inspirando todos a conhecerem as hortas urbanas que vamos criando um trabalho lindo em conjunto.
Aqui na Kiro valorizamos demais a origem e produção de cada ingrediente, por isso, o gengibre que compõe nossas bebidas é agroecológico e plantado pela Cooperapas — Cooperativa Agroecológica dos Produtores Rurais e de Água Limpa da Região Sul de São Paulo. Saiba mais sobre aqui!
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