Saiba como uma mixologista controla seu consumo de álcool


Conheça a barista e mixologista Mari Mesquita

Por Mari Mesquita


Olá, Kiro Fãs! Prazer, eu sou a Mari Mesquita.

Cheguei por aqui para compartilhar com vocês diversas receitas legais com Kiro. Então, ainda vamos nos ver muito por aqui.

Sou amazonense, moro em Brasília e viajo pelo Brasil como barista e bartender desenvolvendo coquetéis para cardápios em vários lugares legais por aí, sempre incluindo o máximo de ingredientes e saberes brasileiros nos drinks.

Quando se trabalha com bebidas, é muito difícil não beber (mesmo que um pouquinho) com frequência, porque além das provas sérias em horário comercial, também consumimos álcool como pesquisa e referência; provamos o que nossos colegas andam aprontando e, como quase todo mundo que "bebe socialmente", ainda damos uns goles de forma recreativa.

E aí a BREAKING NEWS: nosso corpo não difere a quantidade de bebida que ingerimos pela justificativa que damos pra essa ingestão. Então, a gente acaba com duas missões:

1. Cuidar da saúde
Eu conto todas as unidades alcoólicas que eu consumo (sim, eu anoto cada drink, cada copo cerveja, taça de vinho que acompanhe jantar de família, cada coisinha conta no bloco de notas) para manter um registro de consumo e mapear as interações entre estado de espírito, ocasião, companhia, etc; alterno dias da semana pra ficar sóbria, passo um 20 dias sóbria algumas vezes por ano (nessas épocas as garrafas de kiro proliferam ainda mais aqui em casa) e mais importante: evito beber quando todo mundo se encontra só pra esse fim, aí já chego na festa com meu kirinho gengibre, não quero nem saber, meus amigos que arrumem um espaço na geladeira pro switchel.

2. Ressignificar o que o álcool representa profissionalmente
No meu caso, é o uso do álcool como estrutura de sabor, entendendo a bebida alcoólica como um aporte para notas sensoriais e complexidade para as taças. Todo o álcool que a coquetelaria usa vem de um processo muito caro para nós: a fermentação de matérias vegetais. Isso mesmo, o tal etanol vem da dança swingada entre os açúcares e as leveduras, uma reação bonita que acontece longe da vista do oxigênio e é capaz de produzir sabores que preservam as raízes da matéria-prima usada para tal, por isso cachaça lembra cana de açúcar, vermute lembra vinho que lembra uva, tepache tem gosto de abacaxi na versão remix forró.

Lidar com o álcool pelo sabor dele e não pelo efeito faz com que eu consiga criar drinks em que ele não faz a menor falta. Depois dessa ressignificação, eu consumo de forma leve e formulo drinks de forma mais livre, assim seguimos usando álcool apenas quando a sua contribuição sensorial é insubstituível.

Spoiler: as ocasiões em que ele é insubstituível ficam cada vez mais raras.

Espero que vocês gostem das minhas receitas! Em breve, novidades.


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